ELE ACREDITA EM VOCÊ:
O privilégio de ser Talmidim de Jesus
Existem pessoas que não acreditam em si mesmas. Elas passaram por tantos revezes que desistiram de correr, de lutar, e abriram mão de sonhos e alvos. Mesmo quando outras pessoas acreditam nelas, elogiam-nas e expressam sua apreciação, ainda assim elas continuam com a auto-estima baixa e comprometida pelas experiências negativas do passado.
Quando você começa a ter revelação do quanto Deus o ama e acredita em você, aí você realmente vai alcançar o seu pleno potencial Nele. Só precisamos acreditar que Deus tem um plano maravilhoso para nós e andar nele, segundo a vontade Daquele que é fiel. Precisamos tirar os olhos das nossas limitações e enxergar as pessoas e as circunstâncias pela ótica de Deus.
Mesmo os profissionais liberais, pessoas muito ocupadas, precisam ser luz e testemunho em todo e qualquer lugar em que estejam. Há um chamado de Deus para cada cristão, e precisamos compreender este princípio, sendo capazes de aplicá-lo às nossas vidas e às daqueles que nos cercam.
Discipulado é o segredo e a porta principal para fazer acontecer a obra de Deus. Tudo acontece através do discipulado. O discipulado, tal qual é praticado pelo MDA, é a revolução que já começou na igreja de Jesus. Ele é a ferramenta divina para fazer a igreja voltar aos princípios bíblicos do cuidado e do treinamento individualizados, voltados para promover a restauração bíblica dos princípios e propósitos de Deus para a Sua igreja.
Raízes Históricas e Culturais do Discipulado
Quais são as raízes da grande visão do discipulado? Todas as raízes estão nesta frase: “Ele acredita em você!” O discipulado é a estratégia que mostra a confiança que Deus deposita em Seus filhos.
Os judeus foram os precursores desta mentalidade de discipulado, cuidado e treinamento. Quase todos os ensinos e doutrinas do cristianismo têm suas origens no Antigo Testamento. Muitos deles receberam um significado novo, um revestimento de significado espiritual aplicado por Jesus.
Flávio Josefo dizia que uma das principais coisas de que os judeus poderiam se orgulhar era a educação dada aos seus filhos. Esta educação era baseada nas Sagradas Escrituras do Antigo Testamento. A família era responsável por garantir que a criança tivesse as condições de aprender a Palavra. Desde o nascimento os pais incutiam os princípios divinos em seus filhos e os educavam para ser modelo de piedade e obediência.
Primeiro Estágio do Treinamento Judaico
Havia entre os rabinos judeus a discussão: “Com que idade uma criança deve começar a ser treinada para a vida e para o ministério?” Um rabino disse que antes dos seis anos de idade eles não aceitavam a presença de crianças para o treinamento nas sagradas letras. Este treinamento era a iniciação na Torah, os cinco primeiros livros da Lei. Eles aprendiam, decoravam porções inteiras e se aprofundavam nos ensinamentos da Torah. Este ensino era feito na sinagoga, e normalmente pelos rabinos locais. O treinamento ia até os dez anos de idade, e por essa ocasião eles já sabiam de cor todos os cinco livros.
Este primeiro estágio era chamado beth sefher – casa do livro. Paralelo ao ensino nas sinagogas, os pais começavam a ensinar aos filhos a sua profissão. Era uma maneira de garantir que, ao crescer, o filho pudesse ter ofício que garantisse o sustento de sua família.
Segundo Estágio da Educação Judaica
O segundo estágio chamava-se Beth Talmude – “casa de aprender”, e ia dos 10 até os 14 anos. Aqui eles aprendiam o inteiro teor de todos os demais livros do Antigo Testamento. Não apenas decoravam o conteúdo dos livros, mas também aprendiam a sua interpretação e significados profundos. Aprendiam as leis e as tradições orais da nação.
Os rabinos nem sempre davam repostas prontas, mas levavam os discípulos a pensar, a darem as suas próprias respostas com base na reflexão e no aprofundamento dos pensamentos.
Podemos ver a presença deste método no próprio ministério de Jesus. A maneira como Ele claramente devolvia a pergunta para os Seus interlocutores mostra que Jesus teve esse treinamento.
Podemos ver claramente no Novo Testamento que Jesus fez este estágio. Quando Ele foi a Jerusalém com Seus pais, e depois foi achado no Templo, no meio dos doutores, Ele estava bem no meio deste segundo estágio. E foi tão impressionante o Seu desempenho que todos ficaram tremendamente maravilhados.
Terceiro Estágio da Educação Judaica
O terceiro estágio chamava-se Beth Midrash – depois dos 14 anos. O talmidim ia para um rabino famoso e pedia para ser o seu talmidim (discípulo). Somente os melhores dos melhores se qualificavam para este nível. Mesmo os muito qualificados nem sempre eram escolhidos para esse nível. Como era uma seleção rigorosa, todos ansiavam desesperadamente ouvir as palavras de aceitação plena: “venha e siga-me!”.
Um sábio de Israel dizia: “Cubram-se com a poeira dos pés do seu rabino”. Denota a ideia de proximidade, de intimidade, de caminhar tão junto que você estava acessível até ao nível da poeira.
Para o talmidim era uma honra enorme acompanhar o seu rabino por toda parte. Eles iam às mesmas festas, aos mesmos eventos, e aproveitavam cada oportunidade para ensinar, treinar e instruir.
O Surgimento de Um Novo Rabino
De repente surge um novo Rabino, Jesus de Nazaré, e revoluciona todo o conceito de discipulado, de treinamento de jovens aprendizes. Jesus passa ao lado do mar e vê aqueles rapazes pescadores, Simão e André, e Tiago e João. Após o milagre da grande pescaria, Jesus disse para eles: “venham e sigam-me!” Eles não eram talmidin antes, mas agora deixaram tudo para seguir Àquele novo Rabino. Eles eram pescadores porque não se qualificaram para ser discípulos de ninguém mais, mas com eles Jesus revolucionou o mundo!
Uma vez Jesus levou os discípulos para Cesareia de Filipe, o centro de adoração a um deus chamado Pan. Este deus era uma mistura de corpo de homem da cintura para cima, e bode da cintura para baixo. Pessoas do mundo inteiro iam para a adoração naquele lugar. Ali faziam sacrifícios humanos a Pan. Havia muita degradação e prostituição. As pessoas cometiam bestialismo (relações sexuais) com os bodes em cima dos altares.
Em Cesareia de Filipe encontra-se uma das nascentes do Rio Jordão, numa caverna, aos pés do Monte Hermon. Ali havia um rio subterrâneo, acessível por uma caverna. Eram feitos sacrifícios humanos, jogados num grande buraco, que dava acesso àquele rio. A caverna onde jogavam as vítimas chamava-se “portas do inferno”, e foi ali que Jesus disse para Pedro: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela!” (Mateus 16). A igreja seria edificada sobre a declaração do talmidim Pedro, de sua pessoa e de seus colegas de apostolado.
Uma Escolha Rigorosa
Um rabino só chamava alguém em quem ele acreditava cem por cento. Quando Jesus chamou os doze, era porque Ele acreditava plenamente naqueles homens.
Em João 15.16, Jesus disse que Ele os escolhera, e não o contrário. Há uma base histórica para o discipulado, e ela encontra suas raízes, como já falado, no treinamento de discípulos praticado no Antigo Testamento.
Quando Jesus andou sobre as águas e Pedro também, Pedro só afundou porque ele duvidou, faltou fé. Mateus 14.22-33, Pedro teve uma grande revelação: tudo que o rabino fazia, era para o talmidim fazer também. Se Jesus estava andando sobre as águas, ele também poderia. E andou! A lição de Jesus era que eles poderiam fazer até coisas maiores do que aquelas que Ele fizera, porque Ele ia para o Pai.
Todos podemos ser talmidim de Jesus
A frase mais poderosa que soou por toda a eternidade foi essa: “Ide, portanto, e fazei talmidim de todas as nações” (Mateus 28.19). Ser talmidm deixava de ser um privilégio exclusivo de poucos, mas tornava-se uma tarefa possível para todos os filhos de Deus, todos os seguidores de Jesus.
A coisa mais surpreendente aconteceu quando Jesus ascendeu aos céus. Ele disse: “Agora vocês vão e façam talmidin de todas as pessoas”. Esta é a Grande Comissão, mostrando que todos podemos imitar a Jesus e continuar esta revolução. Nós temos fé em Deus, mas o mais surpreendente é que Deus acredita em nós.
Nós temos a graça e a unção de Deus dentro de nós. Assim sendo, podemos manifestar a bondade e o amor de Deus. “Meus irmãos, eu mesmo estou convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros” (Romanos 15.14).
É interessante aqui a história da águia, que joga seus filhotes do ninho e os ampara na queda, até que eles comecem a voar com as próprias asas. O objetivo do “empurrão” é despertar os filhotes para deixarem de ser consumidores acomodados e passarem a ser “pássaros adultos” e reprodutivos. Assim também é conosco. As águas conseguem voar com oxigênio quase zero. Elas alcançam alturas surpreendentes! Voam acima das nuvens, voam em meio à tempestade e não se cansam.
O discipulador, o líder de célula, pode chegar um dia para você e agir como aquela mãe-águia. Ele sabe que você foi escolhido para ser talmidim de Jesus. E ele vai empurrá-lo para que você cresça e se torne um líder, um talmidim abençoado, e eventualmente um rabino para muitos outros!